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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

03/10/2011 - 16h50 / Atualizada 03/10/2011 - 16h54 Fuvest 2012: 1.491 candidatos farão provas de habilidades específicas a partir de domingo

No vestibular 2012 da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, 1.491 candidatos farão as provas de habilidades específicas antecipadas. São 611 inscritos na carreira de música (Eca/São Paulo) e 880 na carreira de artes visuais. 
As provas para os candidatos de música serão aplicadas nos dias 9, 11, 12, 13 e 14 de outubro. No primeiro dia será realizada a prova teórica, a partir das 14h, e nos demais dias acontecem as provas práticas, em horários que serão divulgados no dia 10. Os candidatos ao curso de artes visuais farão provas somente em 9 de outubro, das 8h às 12h e das 14h às 18h. 

Teste-se sobre as leituras obrigatórias para a USP e a Unicamp
Foto 1 de 10 - O UOL Vestibular preparou testes sobre todas as leituras obrigatórias para o vestibular 2012 da Fuvest, que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo), e da Comvest, que seleciona alunos para a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). No 'mais' de cada foto você encontra o link do quiz e no final do teste pode ver o material disponível sobre as obras Folhapress

A lista de aprovados nessas provas serão publicadas em 4 de novembro. Candidatos que não forem aprovados poderão optar por outra carreira.

Inscritos

Foram recebidas 146.885 inscrições para o vestibular 2012. O número é 10,4% maior que no ano passado, quando 132.969 candidatos disputaram 10.752 vagas. O prazo para cadastro no vestibular terminou em 9 de setembro.
Segundo informe divulgado no site da Fuvest, esse número pode sofrer ainda leves alterações nos próximos dias, após a solução de algumas pendências bancárias ligadas à inscrição.
A Fuvest 2012 selecionará candidatos para 10.952 vagas: 10.852 serão para a USP e 100 para a Faculdade de Medicina da Santa Casa. Para esse ano, foram criadas 200 novas vagas na USP, sendo 120 em cursos de engenharia em Lorena e 80 vagas divididas igualmente entre os cursos de ciências biomédicas e saúde pública, ambos na capital.

CRASE: Até as 22h ou até às 22h?

"O resultado das eleições será conhecido até as 22h".

A maioria dos estudantes, ao escrever uma frase parecida com a apresentada no título, ficaria em dúvida quando a colocar ou não o acento grave indicador de crase em "as 22h". Acredito que colocariam o acento. E você, caro internauta, colocaria o acento grave ou não?

Vamos à explicação: o vocábulo crase provém do grego krâsis, cujo significado é ação de misturar, mistura de elementos que se combinam num todo. Para nós, lusófonos, é a contração da preposição a com os artigos definidos a, as ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo:
  • a + a = à
  • a + as = às
  • a + aquele = àquele
  • a + aqueles = àqueles
  • a + aquela = àquela
  • a + aquelas = àquelas
  • a + aquilo = àquilo


Vejamos alguns exemplos:

1. "Nunca obedeci àquele homem, pois não o respeito" (quem obedece, obedece a alguém);
2. "Assisti à peça teatral escrita por Mário Bortoloto" (quem assiste, no sentido de ver, assiste a algo);
3. "Não aspiro àquela vaga, mas à que foi ocupada por Oriolando" (quem aspira, no sentido de desejar muito, aspira a algo);
4. "Cheguei ao cinema às 19h50" (chegar, ao indicar hora exata, exige a preposição a).

Ocorre, porém, que, em muitas situações, outra preposição é usada, e não o a. Quando isso ocorrer, não haverá o acento indicador de crase, em virtude da falta da preposição a. Vejamos alguns exemplos:

1. "Cheguei após as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição após;
2. "Estou aqui desde as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição desde.

Há, porém, uma preposição que admite a preposição a ao seu lado: é a preposição até. Vejamos alguns exemplos:

1. "Ontem, fomos até o parque caminhar" (ou até ao parque);
2. "Dormi até o meio-dia" (ou até ao meio-dia).

Tal combinação não é obrigatória; é, aliás, desnecessária. A combinação de até com a acontece com o objetivo de evitar ambigüidade, ou seja, evitar duplo sentido na frase, pois o vocábulo até, além de ser preposição, também pode ser advérbio com o sentido de inclusive. Às vezes, não há como saber qual dos dois foi usado.

Veja o seguinte exemplo:
"A enchente inundou o bairro todo, até a igreja"
Não dá para saber o sentido exato da frase. Há duas situações:
- A enchente inundou o bairro todo, mas não a igreja: chegou até ela e parou;
- A enchente inundou o bairro todo, inclusive a igreja.

Se a primeira opção for a verdadeira, até é preposição; se for a segunda, advérbio. Caso a verdadeira seja a primeira opção, recomenda-se o uso da preposição a em combinação com até, evitando, assim, o duplo sentido: "A enchente inundou o bairro todo, até à igreja".

Caso a verdadeira seja a segunda opção, recomenda-se o uso de inclusive: "A enchente inundou o bairro todo, inclusive a igreja".

A frase apresentada no início do texto não apresenta ambigüidade. Pode-se, portanto, usar o acento indicador de crase, mas não há necessidade dele.

"Posso utilizar de seu telefone por uns instantes?"

Posso utilizar de seu telefone por uns instantes?

Essa eu ouvi na novela das nove. A personagem estava mui tranqüilamente conversando com alguém quando chegou esse sujeito e pediu delicadamente: "Posso utilizar de seu telefone?". Você deve estar perguntando-se: Qual é o problema? O problema é que existem alguns verbos que modificam a sua predicação de acordo com a presença ou não do pronome se. Vejamos a teoria:

São chamados de verbos essencialmente pronominais aqueles que nunca vêm desacompanhados do pronome, e acidentalmente pronominais aqueles que podem vir sem ele.

Por exemplo, os verbos arrepender-se e queixar-se nunca poderão ser utilizados sem o pronome se; são, portanto, essencialmente pronominais. Toda a conjugação deles deve ter pronome: Eu arrependo-me, tu arrependes-te, ele arrepende-se, nós arrependemo-nos, vós arrependei-vos, eles arrependem-se.

Já os verbos aborrecer-se e considerar-se não são essencialmente pronominais, já que podem ser usados com ou sem o pronome se; são acidentalmente pronominais, ou seja, há o verbo aborrecer e o verbo aborrecer-se; há o verbo considerar e o verbo considerar-se. Não há, evidentemente, apenas o acréscimo ou a retirada do pronome; muda-se também a predicação e até o significado. Aborrecer significa "sentir horror a; abominar; causar aborrecimento a; desgostar e não exige preposição alguma; aborrecer-se significa "enfastiar-se; enfadar-se" e exige a preposição "de". Por exemplo: "João aborrecia a companheira com longas histórias"; "Após um ano, o sedutor aborreceu-se da companheira".

O verbo apresentado no começo da coluna é acidentalmente pronominal, ou seja, existe o verbo utilizar e o verbo utilizar-se. Utilizar, que não admite preposição alguma, significa "tornar útil; empregar com utilidade; aproveitar; fazer uso de; valer-se de; usar; tirar utilidade de; aproveitar; ganhar; lucrar". Utilizar-se, que exige a preposição "de" significa "lançar mão de; tirar proveito de; servir-se". Perceba que ambos podem ter significados semelhantes: um significa tirar utilidade de; outro, tirar proveito de.

A frase apresentada pode, então, ser estruturada de duas maneiras diferentes: uma, sem pronome nem preposição; outra, com pronome e com preposição. Assim:

Posso utilizar seu telefone por uns instantes?
Ou
Posso utilizar-me de seu telefone por uns instantes?