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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

EM DOMICÍLIO OU A DOMICÍLIO?

Usa-se em domicílio com os verbos entregar, dar, fazer, etc. ( não indicam movimento )

Foi feita a entrega em domicílio.
Dão-se aulas de reforço em domicílio.
Fazem-se unhas em domicílio.
Corta-se cabelo em domicílio.

Usa-se a domicílio com verbos que têm idéia de movimento: levar, mandar, enviar, etc.

Enviamos a domicílio.
Levamos a domicílio.
Mandamos a domicílio.
Segundo alguns gramáticos, hoje em dia, pode-se usar em domicílio de forma geral.
Nos concursos, porém, temos que seguir a gramática descritiva/norma culta.

Curiosidade


Imergindo nas profundezas do universo gramatical, sentimo-nos surpreendidos diante da complexidade que ele nos reserva, sem dúvida, mas também encantados diante das grandes surpresas que ele nos apresenta, sobretudo em se tratando da enorme flexibilidade de que se compõem os fatos que norteiam a língua como um todo.
Tal flexibilidade, aqui retratada de forma específica, diz respeito ao fato de que conceitos, características, tornam-se amplamente passíveis de mudanças em função de um só aspecto: o contexto em que se dá uma determinada circunstância comunicativa. Aqui a ênfase será dada ás mudanças que se operaram no campo gramatical, mas elas também podem se manifestar no campo sintático, cuja recorrência se torna fato indiscutível.
Nesse sentido, pautemo-nos por discorrer acerca de tais mudanças atribuídas a uma mesma palavra, haja vista que ela pode assumir classes gramaticais distintas, assim como ocorre com alguns exemplos dos quais já temos conhecimentos, retratados pelas palavras “que”, “se” e “como”. Assim, diante da inviabilidade de representá-las em sua totalidade, atenhamo-nos somente a algumas, assim representadas.
Observemos algumas situações em que discursos como estes apresentados ilustram bem o que nos propomos a discutir:
# A Beatriz é a garota de quem você gosta. Daqui a algum tempo, caso esse sentimento se torne cada vez mais intenso, perguntarei a você: Você a ama?
No enunciado nos deparamos com distintas posições ocupadas pela palavra “a”, sendo que na primeira e na segunda ocorrência, como ela acompanha um substantivo próprio, bem como um substantivo comum, afirmamos tratar-se de um artigo. No último caso, constatamos que a posição agora se difere das outras já mencionadas, haja vista que pelo fato de atuar como complemento do verbo, em termos sintáticos, ela se classifica como pronome pessoal do caso oblíquo.
# É bem possível que você tenha tido um dia bastante tenso, mas as considerações destinadas a você foram bastantes para se sentir um pouco mais aliviado. Assim, no dia seguinte, com certeza, terá ânimo para enfrentar bastantes desafios.
Ora, deparamo-nos com bastantes classificações atribuídas à palavra bastante, uma vez que no primeiro caso a classificação se refere a um advérbio, invariável; portanto, no segundo, a um adjetivo, e no terceiro, a um pronome indefinido.
# Logo que tiver a oportunidade de estudar, não perca tempo. Logo, agindo assim, estará lutando em prol de um futuro melhor.
Sem dúvida matou a charada logo, pois, em se tratando do primeiro caso, afirmamos estar diante de um advérbio de tempo e, prosseguindo com as considerações, deparamo-nos com uma conjunção coordenativa conclusiva.
# Segundo o que me disseram, no segundo dia de trabalho ela gastou menos de um segundo para resolver um impasse que até então perdurava na empresa.
Temos a certeza de que alguns segundos serão suficientes para que você atribua à palavra “segundo” as classificações corretas, uma vez demarcadas, respectivamente, por uma conjunção subordinativa conformativa, por um numeral ordinal, e, finalizando, por um substantivo.