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domingo, 23 de outubro de 2011

Para professores, 1º dia do Enem 2011 teve nível médio e exame precisa ser menos cansativo

22/10/2011 - 20h20 / Atualizada 22/10/2011 - 21h33

Para professores, 1º dia do Enem 2011 teve nível médio e exame precisa ser menos cansativo

Danilo Schramm
Suellen Smosinski
Em São Paulo
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Para o coordenador do curso e colégio Etapa, Edmilson Motta, o primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 mostra que "o Exame está se consolidando e amadurecendo". Ele destaca uma evolução nas questões de geografia e física. "Dá para perceber que houve uma preocupação com os últimos anos e houve um aprimoramento", afirmou.

O professor concorda com os alunos, que reclamaram da extensão das provas: "O grande desafio do Enem é vencer o cansaço. É uma prova muito cansativa, porque todas as questões envolvem texto. São perguntas de nível médio, mas com 90 testes que envolvem muita leitura não tem como não ser exigente. O desafio do candidato é enfrentar isso" disse Motta.

O coordenador geral do Anglo, Luis Ricardo Arruda, sentiu falta de mapas e gráficos na prova de geografia. Ele considerou que a prova de história teve poucos temas e que alguns enunciados de biologia estavam exagerados e com conteúdo desnecessário.

Veja fotos do Enem 2011

Foto 57 de 98 - Um fotógrafo contratado pelo UOL para fazer a cobertura do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011 em Fortaleza entrou em algumas salas de prova da Uece (Universidade Estadual do Ceará) neste sábado (22). Sem ser avisado de que não poderia fazer imagens no local, ele seguiu fazendo fotografias, até que um fiscal de prova pediu para que o fotógrafo se retirasse -- o que ele fez prontamente

Veja fotos por Estado e UF: SP; RJ; MG; PR; DF; RS, CE e PA Mais UOL
Para Arruda, a prova estava com dificuldade mediana, com exceção de física que "estava difícil". Segundo o professor, as alternativas não estavam bem colocadas, o que causou dúvida na hora do candidato escolher entre uma opção e outra.

“No geral, avaliamos as provas de hoje como boas, mas o Enem ainda tem um caminho grande pela frente para atingir seus objetivos”, afirmou o coordenador do Anglo.

De acordo com Motta, a prova foi média, "mas o exame acaba se tornando muito exigente por conta da extensão da prova, dos enunciados. Para ir bem precisa estar bem preparado no conteúdo e bem fisicamente para aguentar o ritmo de prova", disse.
Confira comentários dos professores do Curso e Colégio Objetivo sobre as matérias da prova de hoje:
Geografia
Para o professor Tom Carvalho, a prova de geografia teve um grau de dificuldade médio. “Apesar de apresentar questões com enunciados grandes, estava muito objetiva”, afirmou.
O professor considerou incomum a falta de imagens e disse que em todas as questões da matéria foram apresentadas apenas duas fotos e um mapa.
Física
Ricardo Helou Doca, professor de física, achou que as perguntas da matéria estavam bem distribuídas dentro do programa do ensino médio (mecânica, ótica, eletricidade, etc). "As questões eram originais com textos interpretativos, gráficos desenhos, tabelas".
Segundo o professor, a prova teve dificuldade media, com enunciados bastante completos. Bastava ler com atenção e cuidado. “Apenas para ler o caderno de questões o candidato levaria 1h20”.
Biologia
O professor Constantino Carnelos achou a elaboração da prova desse ano melhorr que a do ano passado. Para ele, as questões de interpretação de texto eram do tipo: "ou sabe ou não sabe, independente do enunciado". Carnelos destaca que não houve confusão entre as respostas.
Química
Segundo o professor Alessandro Nery, a prova de química estava bem trabalhosa e trazia cinco questões que exigiam cálculos mais complexos. O texto dos enunciados exigia uma boa interpretação de texto. "Os enunciados eram grandes, mas não exagerados".

Candidatos reclamam do cansaço

Candidatos ouvidos pelo UOL Educação em seis capitais brasileiras relataram que o primeiro dia de provas do Enem foi tranquilo, porém cansativo. Para alguns, as questões do exame deste ano estavam bem mais complicadas e com uma quantidade de textos maior em relação aos anos anteriores.
No bairro da Barra Funda, em São Paulo, primeiros candidatos a deixar o local de prova reclamaram do cansaço. "Comecei a fazer tranquilo, mas depois foi ficando cansativo e eu chutei bastante", disse Renan da Cunha Odone, 17.
Para Karen Bontempo, 17, a prova tinha muitas pegadinhas, algumas questões mais fáceis e outras bem difíceis: "comecei a perder a paciência e chutar tudo", contou.  A estudante achou as questões de humanas mais fáceis que as de ciências da natureza.
Um veterano de Enem também achou as provas desse ano mais complicadas. "É o terceiro ano que faço o Enem e pra mim foi o mais difícil. Espero que amanhã seja mais fácil", afirmou Diego Simões da Cruz, 20. Ele classificou a prova de ciências da natureza como "maçante".
Everaldo Mece da Silva, 25, fez o Enem em 2008 e achou a prova de hoje diferente e bem mais difícil. "Foi muito cansativo, no final já estava louco. Antes era mais curta". E teve candidato que achou a quantidade de textos desnecessária. "A prova é básica, tem muito texto que eu acho que foi exagero". O estudante também achou que o exame tinha poucos desenhos, o que tornava a prova mais cansativa. "Comparada com a do ano passado, achei a prova mais bem feita, mais focada", afirmou.
Em Curitiba, o primeiro dia do Enem foi marcado pela rapidez com que os alunos concluíram as provas. Os primeiros a sair levaram pouco mais de duas horas para entregar os testes e deixar a sala. "Estava tranquilo. Não tinha muita conta", disse o estudante Daniel Ulrich, 18.
Candidatos que realizaram a prova num centro universitário localizado no bairro Nova Granada, em Belo Horizonte, classificaram o 1º dia de provas como tranquilo, apesar de terem enfrentando enunciados grandes. Os primeiros alunos começaram a deixar o local de provas às 15h. A candidata Izabel Rosa, 33, afirmou que a prova estava “mais fácil que nos anos anteriores”.
O primeiro dia de provas em Porto Alegre foi tranquilo. Do lado de fora das salas de aula, a Brigada Militar não registrou nenhuma ocorrência grave. Já do ladro de dentro, os estudantes também classificaram o teste como fácil, porém cansativo. “A prova estava muito fácil, mas as questões eram muito grandes”, afirmou Luciano Bicolotto, 17 anos.
Para os estudantes que fizeram o exame no campus Federação da UCSal (Universidade Católica de Salvador), o nível de dificuldade da prova foi proporcional à faixa etária. Os mais novos ou os que ainda estão estudando classificaram a prova como “fácil, mas cansativa”, e os mais “velhos” disseram que as questões foram “muito difíceis”.
Os primeiros estudantes que saíram do local onde realizaram o Enem, às 14 horas de sábado, 22, do horário de Fortaleza (15 horas de Brasília), no Ceará, informaram que as provas, este ano, não apresentavam erros. Pelo menos 30 alunos deixaram as salas de aula da Uece (Universidade Estadual do Ceará) afirmaram que as páginas do exame estavam corretas. O estudante Natanael Pereira, 18,  presta o exame pela segunda fez e avaliou o nível das questões como médias. “Exigem atenção e, principalmente, interpretação.

Enem 2011 continua neste domingo com prova de redação; confira dicas

23/10/2011 - 06h00

Enem 2011 continua neste domingo com prova de redação; confira dicas

Karina Yamamoto
Editora de UOL Educação
Em São Paulo

Neste domingo (23), acontece mais uma prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011. Os inscritos vão responder a questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, além de escrever uma dissertação (redação). O tempo de prova será de 5h30.

Veja fotos do primeiro dia do Enem 2011

Foto 93 de 98 - Karen Bontempo, 17, no Enem em São Paulo

Veja fotos por Estado e UF: SP; RJ; MG; PR; DF; RS, CE e PA Mais Rodrigo Paiva/UOL

Veja cinco dicas para fazer uma boa redação

  • 1

    Dissertação e narração
    O candidato precisa saber a diferença entre dissertação e narração. "O texto dissertativo é aquele por meio do qual se faz comentário a respeito de uma questão em debate e o comentário é expresso de maneira direta por meio de conceitos e julgamentos. Diferente do texto narrativo, em que a opinião está implícita"
  • 2

    Leitura da coletânea
    A prova de redação começa com uma leitura atenta da proposta. "O aluno costuma pegar um trecho isolado, que lhe é mais familiar, esquecendo que na proposta tudo é correlacionado. Tem que ler o que está na coletânea e não o que está na cabeça dele"
  • 3

    Posicionamento
    "É preciso assumir uma posição. O que se quer medir com isso é se o candidato já tem opinião própria, se tem capacidade de fazer uma reflexão personalizada"
  • 4

    Argumentação
    "É preciso argumentar bem. O argumento não é prova de verdade.  O argumento é bom quando tem relação com que pretende sustentar e quando é pouco refutável."
  • 5

    Capriche na linguagem
    Além da correção gramatical, o candidato deve organizar bem as frases. "Pegue a sua própria linguagem e escreva com capricho. Não tente usar termos que você desconhece."
Fonte: Francisco Platão Savioli, supervisor de gramática, texto e redação do Anglo Vestibulares
Coordenadora pedagógica do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, faz três recomendações básicas para quem vai fazer a prova neste domingo.
A primeira delas é chegar cedo ao local de prova, para ter tempo de se ambientar. Além disso, ela recomenda que o inscrito mantenha a calma no momento de receber os cadernos da prova. "Para o aluno que está muito ansioso, recomendo que respire fundo e tente se tranquilizar antes da leitura", aconselha. Por fim, ela pede: "divida o tempo para ter, pelo menos, 30 minutos para preencher o cartão de resposta". A professora lembra que não há como consertar as marcações.

Menos de três minutos por pergunta

Se fizermos um cálculo aproximado, uma hora da prova deve ser dedicado à redação (no primeiro dia, a organização da prova dá 4 horas para a resolução das 90 questões e no segundo, há mais 90 questões e a redação).
Das 4 horas restantes, a recomendação é separar meia hora para fazer as marcações no cartão de resposta. Sobram 3 horas e meia -- ou 210 minutos para a resolução das 90 perguntas de múltipla escolha. Numa divisão simples do tempo pelo número de questões, chegamos à conclusão de que o inscrito tem quase 2 minutos e meio para se dedicar a cada uma delas.
Por isso, se você perceber que empacou em uma questão, passe para a próxima. Mesmo que seja na área em que você tem mais conhecimento. "Deixe o orgulho de lado", recomenda Alessandra.
Para Edmilson Motta, do Etapa, "o grande desafio do Enem é vencer o cansaço. É uma prova muito cansativa, porque todas as questões envolvem texto. São perguntas de nível médio, mas com 90 testes que envolvem muita leitura".
O candidato Felipe de Carvalho Pereira, 19, concorda e está desanimado com o segundo dia de prova: “Acho que vai ser mais cansativa por causa da redação e também vai ter mais matemática”. O primeiro dia de exame foi considerado cansativo, tanto pelos inscritos quanto pelos professores ouvidos pelo UOL.

Redação ou questões primeiro?

Quem decide o que fazer primeiro é o próprio inscrito -- e tudo depende de como ele se sente mais confortável e seguro.
Mas, se ficar muito nervoso, uma dica é ler toda a prova e responder as questões. "Às vezes, a leitura já ajuda a ter mais repertório na hora da escrita", diz Alessandra.
Para Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do Curso e Colégio Objetivo, o ideal é ler pelo menos o tema proposto primeiro e depois fazer as questões. "O estudante vai para as questões já pensando no que ele pode fazer no texto. Pensando em como aproveitar as próprias questões para fazer a redação", orientou.

Lanche e água

Nesse segundo dia, em que o inscrito precisa encarar uma hora a mais, é bom prestar atenção redobrada na alimentação e na hidratação. Combinar o consumo de água, carboidratos e proteínas durante o período em que está fazendo o exame pode fazer a diferença no seu rendimento. "O cérebro é um órgão nobre e exige muito carboidrato [para funcionar bem]", explica a nutricionista Marcia Daskal, de São Paulo.
Um dos deslizes mais comuns de atletas de alta performance - sim, vestibulando, você pode ser equiparado a um atleta em competição - é descuidar da hidratação. "A desidratação causa fadiga, sonolência e baixo rendimento mental", enumera Marcia Daskal.

Por isso, levar água é essencial. Uma garrafa de 500 ml para ir tomando aos poucos durante as cinco horas de prova é uma boa medida. "Se tomar muita água, [o candidato] corre o risco de ter de ir várias vezes ao banheiro", diz Marcia.
 

domingo, 16 de outubro de 2011

Emigrar ou imigrar?

Quando você fala sobre a saída ou a entrada de alguém em um país, aparece a dúvida do “emigrou ou imigrou”?

Pois bem, essa imprecisão não é só sua, mas de milhares de pessoas todos os dias. Em textos históricos e jornalísticos os verbos “emigrar” e “imigrar” surgem a todo instante. Quando lemos, é mais fácil, a explicação já está ali grafada no papel! Mas quando é para usar os tais verbos, a incógnita vem e a escolha errada pode mudar o sentido, inclusive da História.

Afinal, foram os europeus que imigraram para o Brasil em 1870 por causa da crise que assolava a Itália.

Se troco o verbo da oração acima para “emigraram”, o sentido da mesma torna-se outro, e a afirmação fica errada.

Imigrar quer dizer entrar em um país estranho, a fim de morar nele.
Ao contrário de emigrar que significa sair de um país e ir morar em outro.

Logo, a ação de deixar um país em função de se estabelecer em outro é emigração:

a) Emigraram da Itália e foram para o Brasil.
b) Alguns pássaros emigram de seu habitat natural a procura de lugares mais quentes.

E se alguém entra em um país com o intuito de morar no mesmo, dizemos: imigração.

a) Vários imigrantes europeus trabalharam em lavouras de café no Brasil, porque de fato não havia outro emprego.
b) O percentual de imigração foi maior no período das guerras.

Lembre-se que ninguém emigra para e sim de algum lugar. Da mesma forma, não é possível imigrar de, mas sim para determinado local. Memorize o significado de um verbo que, consequentemente, saberá o sentido do outro, pois como vimos, são antônimos “emigrar” e “imigrar”.

Importante: Migração corresponde tanto a “emigração” quanto a “imigração”, pois significa o ato de se mover de uma região a outra.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

03/10/2011 - 16h50 / Atualizada 03/10/2011 - 16h54 Fuvest 2012: 1.491 candidatos farão provas de habilidades específicas a partir de domingo

No vestibular 2012 da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, 1.491 candidatos farão as provas de habilidades específicas antecipadas. São 611 inscritos na carreira de música (Eca/São Paulo) e 880 na carreira de artes visuais. 
As provas para os candidatos de música serão aplicadas nos dias 9, 11, 12, 13 e 14 de outubro. No primeiro dia será realizada a prova teórica, a partir das 14h, e nos demais dias acontecem as provas práticas, em horários que serão divulgados no dia 10. Os candidatos ao curso de artes visuais farão provas somente em 9 de outubro, das 8h às 12h e das 14h às 18h. 

Teste-se sobre as leituras obrigatórias para a USP e a Unicamp
Foto 1 de 10 - O UOL Vestibular preparou testes sobre todas as leituras obrigatórias para o vestibular 2012 da Fuvest, que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo), e da Comvest, que seleciona alunos para a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). No 'mais' de cada foto você encontra o link do quiz e no final do teste pode ver o material disponível sobre as obras Folhapress

A lista de aprovados nessas provas serão publicadas em 4 de novembro. Candidatos que não forem aprovados poderão optar por outra carreira.

Inscritos

Foram recebidas 146.885 inscrições para o vestibular 2012. O número é 10,4% maior que no ano passado, quando 132.969 candidatos disputaram 10.752 vagas. O prazo para cadastro no vestibular terminou em 9 de setembro.
Segundo informe divulgado no site da Fuvest, esse número pode sofrer ainda leves alterações nos próximos dias, após a solução de algumas pendências bancárias ligadas à inscrição.
A Fuvest 2012 selecionará candidatos para 10.952 vagas: 10.852 serão para a USP e 100 para a Faculdade de Medicina da Santa Casa. Para esse ano, foram criadas 200 novas vagas na USP, sendo 120 em cursos de engenharia em Lorena e 80 vagas divididas igualmente entre os cursos de ciências biomédicas e saúde pública, ambos na capital.

CRASE: Até as 22h ou até às 22h?

"O resultado das eleições será conhecido até as 22h".

A maioria dos estudantes, ao escrever uma frase parecida com a apresentada no título, ficaria em dúvida quando a colocar ou não o acento grave indicador de crase em "as 22h". Acredito que colocariam o acento. E você, caro internauta, colocaria o acento grave ou não?

Vamos à explicação: o vocábulo crase provém do grego krâsis, cujo significado é ação de misturar, mistura de elementos que se combinam num todo. Para nós, lusófonos, é a contração da preposição a com os artigos definidos a, as ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo:
  • a + a = à
  • a + as = às
  • a + aquele = àquele
  • a + aqueles = àqueles
  • a + aquela = àquela
  • a + aquelas = àquelas
  • a + aquilo = àquilo


Vejamos alguns exemplos:

1. "Nunca obedeci àquele homem, pois não o respeito" (quem obedece, obedece a alguém);
2. "Assisti à peça teatral escrita por Mário Bortoloto" (quem assiste, no sentido de ver, assiste a algo);
3. "Não aspiro àquela vaga, mas à que foi ocupada por Oriolando" (quem aspira, no sentido de desejar muito, aspira a algo);
4. "Cheguei ao cinema às 19h50" (chegar, ao indicar hora exata, exige a preposição a).

Ocorre, porém, que, em muitas situações, outra preposição é usada, e não o a. Quando isso ocorrer, não haverá o acento indicador de crase, em virtude da falta da preposição a. Vejamos alguns exemplos:

1. "Cheguei após as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição após;
2. "Estou aqui desde as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição desde.

Há, porém, uma preposição que admite a preposição a ao seu lado: é a preposição até. Vejamos alguns exemplos:

1. "Ontem, fomos até o parque caminhar" (ou até ao parque);
2. "Dormi até o meio-dia" (ou até ao meio-dia).

Tal combinação não é obrigatória; é, aliás, desnecessária. A combinação de até com a acontece com o objetivo de evitar ambigüidade, ou seja, evitar duplo sentido na frase, pois o vocábulo até, além de ser preposição, também pode ser advérbio com o sentido de inclusive. Às vezes, não há como saber qual dos dois foi usado.

Veja o seguinte exemplo:
"A enchente inundou o bairro todo, até a igreja"
Não dá para saber o sentido exato da frase. Há duas situações:
- A enchente inundou o bairro todo, mas não a igreja: chegou até ela e parou;
- A enchente inundou o bairro todo, inclusive a igreja.

Se a primeira opção for a verdadeira, até é preposição; se for a segunda, advérbio. Caso a verdadeira seja a primeira opção, recomenda-se o uso da preposição a em combinação com até, evitando, assim, o duplo sentido: "A enchente inundou o bairro todo, até à igreja".

Caso a verdadeira seja a segunda opção, recomenda-se o uso de inclusive: "A enchente inundou o bairro todo, inclusive a igreja".

A frase apresentada no início do texto não apresenta ambigüidade. Pode-se, portanto, usar o acento indicador de crase, mas não há necessidade dele.

"Posso utilizar de seu telefone por uns instantes?"

Posso utilizar de seu telefone por uns instantes?

Essa eu ouvi na novela das nove. A personagem estava mui tranqüilamente conversando com alguém quando chegou esse sujeito e pediu delicadamente: "Posso utilizar de seu telefone?". Você deve estar perguntando-se: Qual é o problema? O problema é que existem alguns verbos que modificam a sua predicação de acordo com a presença ou não do pronome se. Vejamos a teoria:

São chamados de verbos essencialmente pronominais aqueles que nunca vêm desacompanhados do pronome, e acidentalmente pronominais aqueles que podem vir sem ele.

Por exemplo, os verbos arrepender-se e queixar-se nunca poderão ser utilizados sem o pronome se; são, portanto, essencialmente pronominais. Toda a conjugação deles deve ter pronome: Eu arrependo-me, tu arrependes-te, ele arrepende-se, nós arrependemo-nos, vós arrependei-vos, eles arrependem-se.

Já os verbos aborrecer-se e considerar-se não são essencialmente pronominais, já que podem ser usados com ou sem o pronome se; são acidentalmente pronominais, ou seja, há o verbo aborrecer e o verbo aborrecer-se; há o verbo considerar e o verbo considerar-se. Não há, evidentemente, apenas o acréscimo ou a retirada do pronome; muda-se também a predicação e até o significado. Aborrecer significa "sentir horror a; abominar; causar aborrecimento a; desgostar e não exige preposição alguma; aborrecer-se significa "enfastiar-se; enfadar-se" e exige a preposição "de". Por exemplo: "João aborrecia a companheira com longas histórias"; "Após um ano, o sedutor aborreceu-se da companheira".

O verbo apresentado no começo da coluna é acidentalmente pronominal, ou seja, existe o verbo utilizar e o verbo utilizar-se. Utilizar, que não admite preposição alguma, significa "tornar útil; empregar com utilidade; aproveitar; fazer uso de; valer-se de; usar; tirar utilidade de; aproveitar; ganhar; lucrar". Utilizar-se, que exige a preposição "de" significa "lançar mão de; tirar proveito de; servir-se". Perceba que ambos podem ter significados semelhantes: um significa tirar utilidade de; outro, tirar proveito de.

A frase apresentada pode, então, ser estruturada de duas maneiras diferentes: uma, sem pronome nem preposição; outra, com pronome e com preposição. Assim:

Posso utilizar seu telefone por uns instantes?
Ou
Posso utilizar-me de seu telefone por uns instantes?